Começo, meio e fim, assim é traçado o percurso da vida. Presente tão breve no qual um sopro pode apagar. Somos como uma vela que exibe a chama alta buscando se manter acesa, movidos pelo embalo de viver, muitas vezes acumulando tarefas para o amanhã, sem se dar conta de que não precisa uma tempestade para causar turbulências em um ser humano, um ventinho pode ser fatal, afinal somos mais frágeis do que podemos imaginar.
Na hora da morte nem mesmo a força que habita em nós consegue derrotá-la. A vela apaga, a festa termina e somos levados pela indesejada que não mostra o seu rosto, apenas conduz nos retirando do palco da vida. Nascemos com uma estrela que nos guia durante a nossa caminhada, mas também carregamos uma cruz, e é com ela que somos enterrados. Estrela e cruz são vizinhas na lápide do corpo que descansa.
Os ciclos da vida celebram o começo, o meio e o fim, já o da morte, talvez ela esteja com a gente o tempo inteiro, aguardando o momento certo de entrar em cena para fazer o fechamento do livro da existência. É tão estranho viver sabendo que um dia vamos morrer, por isso é indispensável não pensar no fim, aproveitando a vida da melhor forma possível sem medo de ser feliz.
Enquanto a estrela brilha seguimos com o coração pulsando, errando, acertando, caindo e levantando, isso é viver. Não podemos partir sem deixar um legado, sementes de aprendizados. O dia que a morte chegar, ela não vai esperar, seguirá a ordem de cumprir com a missão encerrando o ciclo.
Gostamos da vida e de tudo o que ela nos proporciona. Tememos a morte, mas refletimos sobre ela e também para onde vamos depois da sua chegada, embora não queiramos passar por esta experiência, por isso lutamos até o último suspiro, para assim buscar vencer, tentar enganar a morte quando possível e simplesmente viver.
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