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(Re)conectar

Foto do escritor: Gustavo Tamagno MartinsGustavo Tamagno Martins


Um vídeo que viralizou nas redes sociais nos últimos dias mostra milhares de celulares gravando a queima de fogos de artifício durante o Réveillon em Paris. A cena na prestigiada Avenida Champs Elysée dividiu opiniões entre os internautas. Normal ou não, o registro só esfrega na nossa cara uma tendência mundial, a vontade de querer registrar a todo o custo os momentos como forma de guardá-los e lembrar deles sempre que quiser. Muitos preferiram filmar a passagem para o novo ano em vez de abraçar e comemorar com quem estava na sua companhia. Sim, bem comum. Acontece a mesma coisa em outros eventos, shows, nas viagens, nos passeios e até nos restaurantes. Esse prazer por querer visitar certos lugares só para fotografarmos e exibirmos nas redes sociais atinge a todos nós. Mais vale uma foto bonita com curtidas do que um momento compartilhado com quem amamos.


Na verdade, temos medo de nos desconectarmos. Parece que se largarmos o celular e não postarmos onde estamos e o que estamos fazendo deixaremos de viver. Queremos saber a senha do Wi-Fi antes mesmo de trocarmos algumas palavras com a outra pessoa. Parece que um celular com acesso ao mundo inteiro direto da palma da mão basta. E se não pegar sinal para os dados móveis é o fim do mundo. Queremos conexão. Mas com o quê ou com quem? Nem sabemos ao certo.


Não faz muito tempo que descobri que, às vezes, é necessário se desconectar do mundo para poder se conectar consigo mesmo. E cabe a cada um de nós procurar qual é a melhor maneira de fazer isso. Talvez em contato com a natureza ou observando os pássaros. Talvez meditando ou conversando com Deus por oração. Talvez desligando o celular ou desativando as notificações. Talvez escutando as músicas preferidas ou lendo a pilha de livros. Talvez dormindo ou praticando algum hobby. Talvez praticando alguma atividade física ou respirando fundo. Ou talvez todas elas. Para (re)conectar é preciso ficar offline para os outros e online para si mesmo.


Desligar a tomada que nos liga à avalanche de informações que recebemos a todo minuto não é fácil, mas é necessário. Recarregamos as energias com uma boa alimentação e com um bom sono, claro, mas também com momentos de introspecção. Volta e meia precisamos pausar a correria cotidiana para nos dedicarmos a nós mesmos. Prestarmos atenção à nossa mente e ao nosso coração. Avaliarmos nossas ideias e sentimentos. Desconectarmos com o mundo para (re)conectarmos com nós mesmos. Desacelerarmos para depois voltarmos à pista de corrida com mais ânimo e disposição para seguir a vida. O que você tem feito para se (re)conectar consigo mesmo? Câmbio, desligo.

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