Quando alguém parte, deixa um vazio no peito daquele que segue pela estrada da vida, como um ferimento que teima em não cicatrizar. Com o passar do tempo, a dor se transforma em saudade e este sentimento vem à tona ressaltando que um amor nunca morre. Começamos um processo no qual abrimos a “caixa” das lembranças, e cada detalhe dos bons momentos que tivemos com os nossos entes queridos parece se materializar diante de nós. O sonho se confunde com a realidade e o desejo de um último abraço se faz presente.
Há momentos em que a saudade resolve fazer uma visita, muitas vezes aparece sem avisar e o pensamento voa. É possível sentir o cheiro, escutar a voz e até as gargalhadas, mesmo que a pessoa não esteja presente. A saudade nos faz voltar no tempo, imagens gravadas na memória se unem ao afeto que guardamos no coração, o que nos deixa com a sensação de estarmos juntos daqueles que amamos.
Quando a saudade visita, a ferida que não cicatriza transborda pelo rio dos olhos e passeia pela face. As lágrimas vem junto com o sentimento, são como um grito de desabafo necessário. O pranto não traz ninguém de volta, mas é libertador.
Sentir saudade é ter a certeza de que a pessoa partiu, mas o amor não. O laço que nos une àqueles que queremos bem é sustentado pela amorosidade que corre nas veias e que mantém o coração pulsando, mesmo que a alma esteja de partida. Saudade é semente que quando atirada em terra fértil simplesmente germina.
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