Um grito de “pega ladrão” decretou a morte de um homem, vítima de fake news. Depois de ter sido acusado de praticar um crime que não cometeu foi brutalmente agredido em plena luz do dia. Teve a vida ceifada por golpes de capacete, madeira, tapas… Não revidou. Naquele momento o laço da existência já estava unindo as pontas para dar o nó do fim da sua trajetória.
Em outro ângulo, um homem registrava a violência, "Não está bom para ladrão de moto, não. Ladrão de moto está se lascando". Como pôde afirmar que se tratava de um ladrão? Muitas pessoas jogam palavras ao vento, mesmo que não tenham visto ou presenciado a cena saem tirando as suas próprias conclusões que, na maioria das vezes, não são fundamentadas em nada.
As fake news destroem vidas, além de alimentarem o ódio no coração dos seres humanos, matam a sede da injustiça e acendem as brasas da violência. O homem que foi espancado e morto não teve tempo para gritar a sua inocência, os que o mataram não queriam escutar, somente bater e bater, como se cada golpe fosse resolver a situação criada na cabeça daqueles que, covardemente, decidiram tal punição.
A propagação de falsas notícias é como um vírus mortal que causa estragos na vida das pessoas. A mentira fere, mata, cruza as fronteiras do próprio ser despertando o lado sombrio. O homem que foi chamado de ladrão, não havia roubado nada, mas a inverdade se fortaleceu abrindo as portas para que a crueldade pudesse entrar em cena. No auge dos seus 49 anos partiu de forma brutal, o "espetáculo" teve plateia, as cortinas dos olhos se fecharam e mais um inocente perdeu a vida pagando por um crime que não cometeu.
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