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Poesia e Reflexão - 13/03/2023: Manoel e o espelho d'água

Foto do escritor: Romila AmaralRomila Amaral

Enquanto o sino da Catedral Diocesana Santa Teresa soava as suas 12 badaladas, as pessoas que passavam pela praça Dante Alighieri aceleravam o passo, afinal de contas, os ponteiros do relógio afirmavam que já era hora de almoçar. Eu estava caminhando, quando escutei uma mãe dizendo: “Vamos, Manoel! Dá tchau pra água, filho.” O menino continuou parado admirando a água e algumas pombas que, sem demora, banhavam-se.

A mãe, impaciente, seguia falando: “Vamos, Manoel!” Enquanto as outras pessoas que, com passos largos caminhavam pela praça, o menino mostrava-se atento aos detalhes, contemplando a beleza de uma paisagem que não passou despercebida diante dos seus olhos.


Um cenário da natureza nunca é o mesmo, a praça já foi palco para tantos acontecimentos e algumas cenas somente ela presenciou, mas não revela, pois está sempre na expectativa de novos espetáculos. O que prendeu a atenção do Manoel, foi a água, que mansa se movia, mas era necessário atenção e sensibilidade para compreender os seus movimentos dentro daquele espaço.


Manoel olhava para água como se estivesse diante de um espelho. Como é bom ser criança, uma fase que desperta curiosidades, que dá asas à imaginação e que, de alguma forma, nos faz enxergar a vida como se fosse um brinquedo capaz de despertar o melhor de nós. Manoel olhava para água com delicadeza e entusiasmo, da mesma forma, a água mirava os seus olhos, que aos poucos foi se despedindo.


A mãe continuou chamando… Manoel correu em sua direção, em seguida, voltou para o mesmo lugar, e então, deu tchau para a água, depois, de mãos dadas saiu com a sua mãe. Mas e a água do chafariz? Está no mesmo lugar, o que muda é a forma como as pessoas olham para ela.

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