Somos bibliotecas humanas repletas de histórias. Quando nascemos recebemos a missão de escrever uma obra prima, o livro da vida. Não importa o número de páginas, o que vale é o conteúdo, afinal de contas é o que deixamos. Sempre reflito sobre a morte, penso que se as pessoas realmente morressem talvez não existisse a saudade. Este sentimento mantém vivos aqueles que já partiram, que estão fora do nosso campo de visão, porém sempre presentes na memória e no coração.
Quem parte deixa a sua história, que pode ser boa ou ruim, mas isso só depende de nós, de como escrevemos. Se foi escrita com tintas de sangue, inveja, sentimentos desagradáveis, possivelmente vai assustar o leitor que toda a vez que ativar os olhos da memória será surpreendido por uma enxurrada de recordações repulsivas, como se o livro estivesse inacabado, sem a melhor parte. Por outro lado, se a escrita foi com amor e humanidade, repleta de coisas boas, certamente cada palavra será como um afago na alma, se transformando em saudade.
A borracha do tempo só apaga da lembrança a história daqueles que foram esquecidos. Talvez seja assim que as pessoas morrem, caindo na gaveta do esquecimento. Não vale a pena lembrar de quem afogou sonhos, planos, virando vidas do avesso. Por isso, a necessidade de não deixar páginas em branco, ficando em cima do muro, ou pensando somente em si. Se quer viver uma vida digna de ser lembrada faça por merecer, você pode até ser o protagonista, mas jamais esqueça dos outros personagens que estão ao seu redor. Por onde quer que ande deixe o melhor de si procurando espalhar sementes férteis no coração das pessoas.
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