Existem diversas formas de uma pessoa chegar no fundo do poço. Entrar é fácil, o difícil é sair dele. Tem gente que a vida maltrata aos poucos, passam por momentos difíceis, desilusões, uma enxurrada de sentimentos capazes de abrir uma cratera de frustração no peito. Já outros, descem cantarolando, esbanjando o que não tem, quando percebem que aquele é o fim da linha, aí bate o desespero, pois nem toda a queda é amortecida, o impacto pode ser impiedoso.
O fundo do poço é cruel, sufoca pelo fato de não sabermos para onde ir. Não existem rumos lá embaixo, apenas solidão e desespero ao ver sonhos sendo afogados. Somente quem conhece este lugar compreende que é preciso ter muita coragem e persistência para subir.
Assim como um balde, que desce e se abastece de água, o corajoso sobe se alimentando de forças, despido das frustrações, afinal de contas, as deixou no lugar onde sempre deveriam estar, no fundo do poço. É preciso manter a calma e fazer desta viagem um aprendizado. Quem volta traz cicatrizes, mas também a certeza de que nada está perdido e de que o fundo do poço até pode levar à ruína, mas também dá impulso.
A agonia de não saber como sair de determinada situação, desperta uma fortaleza inimaginável dentro do próprio ser. No fundo do poço encontramos força e paciência, a sabedoria que parecia estar ausente dá as caras nos fazendo bolar estratégias. É nesta hora que conhecemos quem são as pessoas que realmente estão do nosso lado, estendendo a mão, nos puxando de volta ao mundo.
A verdade é que o fundo do poço não é o fim, mas sim um recomeço para alçar novos voos. A sensação de estar lá embaixo aponta caminhos que o olhar viciado jamais conseguiria enxergar. Dessa estadia tiramos lições que nos fazem ver a vida de forma diferente, nos mostrando que mesmo depois de beijar o chão é possível chegar ao topo.
Comments