Dia quente e abafado. Abro o noticiário e me deparo com a previsão do tempo com possibilidade de neve ou ocorrência de chuva congelada em pleno início de novembro de primavera. Bom, por se tratar da Serra Gaúcha, nada muito fora do comum. Logo depois, quando sentei para escrever, uma chuva apareceu rapidamente para refrescar um pouco. Enquanto os pingos caíam lá fora e algumas goteiras ousaram aparecer, refleti sobre a previsão do tempo, sem ser aquela que conhecemos e que serve como assunto nas conversas de elevador.
Em uma espécie de retrospectiva, fiquei pensando em quantos tipos de “dias diferentes” enfrentamos. Aqueles que o telejornal não anuncia e a gente nem tem como se prevenir ou comemorar. Existem os dias de sol, que até o que está sem cor se torna colorido. Existem os dias calmos e tranquilos, que os raios do sol não queimam tanto e o vento levemente dá as caras. Existem ainda os dias gelados e solitários, em que precisamos nos encolher e voltar ao nosso interior para nos aquecermos. E existem os dias difíceis em que somos surpreendidos por tempestades, raios e uma forte ventania, que juntos abalam as nossas estruturas e parece até que o mundo vai acabar.
A previsão do tempo no noticiário não fala sobre os ventos contrários que insistem em soprar em nossa vida, nem sobre a importância de enfrentar as ondas altas da negatividade e muito menos sobre desviar do furacão da ignorância. A previsão do tempo também não nos lembra que depois da tempestade existem os dias de calmaria, as chuvas de bênçãos, com pancadas de alegria e trovoadas de felicidade.
Ao entendermos o significado de cada estação para o fortalecimento das nossas raízes, aprendemos a apreciar os dias de sol e a não ter medo dos dias de chuva. Ao compreendermos que todas as fases nos ajudam a evoluir, percebemos que os dias frios são necessários para acalentamos o nosso coração e que o outono é fundamental para trocarmos as nossas folhas.
A última previsão, meus amigos, é que o tempo está passando. Faça chuva, faça sol. É como dizem por aí: “a gente tem a vida inteira até não ter mais”. A previsão do tempo é que ele passa rápido. Que a gente saiba aproveitar esse período.
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