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Coluna de Sexta - 23/12/2022: "Não leve a vida tão a sério"

Foto do escritor: Gustavo Tamagno MartinsGustavo Tamagno Martins

Ilustração: Pascal Campion

Às vezes, para descontrair, me pego assistindo episódios antigos de uma das séries mais bem sucedidas da televisão brasileira, A Grande Família. Uma das coisas que mais me intriga na trama é a personalidade do Lineu Silva, personagem interpretado pelo ator Marco Nanini. O patriarca da família quer ser sempre “certinho” e leva tudo a sério (ou melhor, a ferro e fogo, como dizem por aí). Essas atitudes dele o tornam uma pessoa muito chata e patética, que não descontrai e nem se diverte.


Bom, enquanto isso fica na ficção tudo bem… o problema é que fiquei refletindo se eu não estaria com a tal síndrome de Lineu Silva (que se não existe, inventei agora). Com as adversidades e formalidades da vida nos tornamos cascas grossas. Por um lado é ótimo, pois assim aprendemos a enfrentar o que vier, mas ao mesmo tempo, nos tornamos pessoas rabugentas, mal-humoradas e que se irritam facilmente. Tornamos grave até o que não requer seriedade. Transformamos em formais até as informalidades.


Liguei o alerta: espera aí! O peso das nossas responsabilidades não pode nos tornar tão duros e inflexíveis. A vida já é tão dura e amarga. Precisamos descontrair mais e tornar mais leves os ambientes por onde passarmos. Precisamos rir mais dos nossos defeitos, gargalhar dos nossos erros bestas. Devemos pegar mais leve com nós mesmos. Procurar humor até no que não deu certo. Procurar deixar os nossos dias coloridos ao invés de preto e branco. Não devemos levar a vida tão a sério. Precisamos nos permitir brincar, contar piadas e se divertir com as situações alheias. Devemos seguir a canção do Guilherme Arantes e dominar “a arte de sorrir cada vez que a vida diz não”.


Para descontrair (é o que precisamos), recorro a uma citação do filósofo Elbert Hubbard que de tão real soa até engraçada: “não leve a vida tão a sério. Afinal, você nem sairá vivo dela”. E para complementar, menciono a máxima que conduz a minha vida, escrita pelo grande José Saramago: “não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”.

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