Uma vez ou outra, abro minha caixa de e-mail pessoal durante o dia, já que lá no meio de tantas propagandas e anúncios de empresas sempre acho algum importante (ou interessante). Há poucos dias, no meio deles, encontrei um e-mail da minha tia. Ao longo da mensagem, ela explicou o motivo do contato por esse meio “mais formal”: seu celular quebrou e ela ficou sem ter como se comunicar. Ela se disse ilhada porque também não conseguia chamar o transporte por aplicativo e ainda brincou: “não entendo como fazia antes do celular (risos)”.
Essa afirmação dela soa como uma brincadeira, mas revela a nossa dependência por esse aparelhinho que não sai de perto da gente. E nem vou entrar no mérito dos benefícios e malefícios do uso das tecnologias. O celular se tornou parte do nosso corpo. Quando não sentimos ele no bolso, já temos uns calafrios. Não conseguimos ficar muito tempo longe dele. Celular é tipo geladeira, mesmo sabendo que não tem nada, a gente abre para dar uma olhadinha. E sem falar que o que a gente menos faz com ele é ligação. Temos o mundo na palma de nossas mãos. Desde as mensagens mandadas por aplicativo até a movimentação da nossa conta no banco. Do monitoramento da casa à entrega de comida. Tudo acessado em poucos cliques. Faz até parecer que temos controle da nossa vida… Iludidos!
Não sou tão velho, mas cheguei a utilizar um período da internet discada (quem conhece já está ouvindo até o barulhinho aí). Precisava esperar até meia-noite para conseguir usar ela naquele computador de mesa tocado à manivela. E os celulares que tinham o “plus” de tirar foto (ou de abrir e fechar) eram um luxo. Os telefones fixos, que antes eram peças-chave das casas, agora já estão sendo extintos. Aliás, até usar a palavra celular já está ultrapassado. Agora são smartphones.
Eles simplificaram muito a nossa vida. Trouxeram uma praticidade que otimiza tempo, nos aproxima mesmo distantes e elimina algumas “burocracias”. Servem como um mordomo que está ali toda hora para ver o que precisamos. Nos “mimam” tanto que fica até difícil pensar em uma realidade sem eles. Será que existe vida antes do celular?
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