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Coluna de Sexta - 12/05/2023: Blá, blá, blá… e Feliz Dia das Mães!

Foto do escritor: Gustavo Tamagno MartinsGustavo Tamagno Martins

Ilustração: Pascal Campion

Sim, caro leitor, estamos todos estupefatos (só para usar uma palavra mais culta porque nossas mães merecem), inclusive elas, de todos aqueles desejos clichês de Dia das Mães. Você pode pegar uma mensagem pronta na internet e mandar para ela, você quem sabe. Mas o que vale mesmo são as atitudes. É sobre demonstrar no dia a dia, quando as situações fogem do nosso controle e ela está ali do nosso lado, sem soltar a nossa mão. Ela guarda as dores dela no bolso para poder cuidar das nossas. Se precisar, fica com fome para nos ver bem alimentados e perde o sono para que tenhamos uma noite tranquila. Desde que nascemos, ela nunca mais dormiu completamente. Está sempre em alerta, mesmo que não tenha mais bebês em casa.


Não importa a data em que nasceram, as mães estão modernas também. Quando compartilhamos algum meme, elas têm a ousadia de alegar que já viram. A minha, por exemplo, passou a compartilhar comigo, frequentemente, vídeos de receitas saudáveis para fazermos, de lugares para conhecermos e de conselhos para carregarmos na bagagem. É uma forma de estar presente, mesmo quando está longe. De dizer “filho, eu estou aqui!”. Sem falar que volta e meia, levo uns puxões de orelha, por mensagem, por estar online quando deveria estar dormindo.


Mesmo que não tenham frequentado uma escola, as mães são especialistas em previsão do tempo e em achar coisas, que estão praticamente desaparecidas, em um passe de mágica. Se ela disser que vai chover, leva logo dois guarda-chuvas. As mães também têm o dom de detectar o que estamos sentindo sem precisarmos pronunciar uma palavra. Elas têm um instinto fora do sério. Até porque foram a nossa primeira morada, antes de sairmos habitando tantos lares por aí. Mãe é casa. É aconchego mesmo no desconforto. Mãe é acalento em meio a tanta falta de carinho. É refúgio em tempos de guerra. É abrigo em dias de tempestade. É uma tatuagem em nosso coração para sempre lembrarmos das nossas origens.


Ah, se todo mundo descobrisse o real significado das mães para além do que o dicionário define formalmente. Ah, se todo mundo levasse ao pé da letra aqueles conselhos (que podem parecer chatos) que elas dão. Ah, se todo mundo valorizasse a presença delas antes de perdê-las. Ah, se todo mundo fosse aquele filho amoroso que aparenta ser, uma vez por ano, na foto publicada com ela nas redes sociais. Teríamos menos senhoras solitárias abandonadas em asilos e menos mães com corações despedaçados visitando seus filhos em prisões e cemitérios. Talvez, mesmo assim, eu tenha caído no clichê, mas é justamente porque as mães são seres inexplicáveis. Bom, depois de todo esse blá, blá, blá, desejo um Feliz Dia das Mães!

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