Quase todos os dias, ao me dirigir às minhas pautas, eu passo por um casal que fica sentado na varanda de casa. Por mais que não os conheça, todas as vezes que cruzei por eles desejei um “bom dia”. Sempre que cumprimentei, me olharam e não falaram nada. Dia após dia, eu insistia com o cumprimento e era totalmente ignorado. Nem por educação me respondiam, mas não me abalei. Segui dando o meu “bom dia”. Essa semana, por minha surpresa, recebi o “bom dia” de volta. Eu poderia ter desistido de cumprimentar, por não ter sido correspondido, mas insisti. O que eu emito tem a ver comigo, já como os outros reagem a isso diz mais a respeito deles.
“Ah, mas todo mundo faz”, usam por aí como justificativa para fazer coisas erradas. Por isso que todo mundo estaciona no lugar proibido, porque não tem alguém que faça a sua parte e termine com essa onda egoísta. Todo mundo fura a fila, todo mundo joga lixo no chão, todo mundo passa no sinal vermelho… Nesses casos, aquela frase de mãe cai bem: “você não é todo mundo”.
Por outro lado, para fazer as coisas certas, as pessoas têm sempre outra desculpa: “Ah, mas ninguém faz”. Ninguém separa os resíduos corretamente, ninguém liga o pisca, ninguém ajuda o idoso a atravessar a rua e ninguém cuida do meio ambiente. Enquanto ficarmos nesse pensamento, realmente, não haverá ninguém que faça, mas podemos mudar isso.
Se eu tivesse deixado de dar “bom dia”, mesmo que nem recebesse de volta, eu estaria modificando a minha essência por causa dos outros. E assim acabaria deixando de ser eu mesmo para me transformar em mais um que segue a multidão do “todo mundo faz” e “ninguém faz”. E mais: “o errado é errado mesmo que todo mundo esteja fazendo. O certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo”. Todo mundo faz? Bom, você não é todo mundo. Faça a sua parte! Ninguém faz? Que possamos ser a mudança que queremos ver no mundo.
Opmerkingen