Gosto de pensar que somos incompletos. Todos os dias surgem “atualizações” novas a partir das nossas vivências, experiências e encontros. O nosso caráter vai se construindo com as partículas da essência das pessoas que cruzam o nosso caminho a todo momento. Um dos meus escritores favoritos já diria: “tenho muito dos outros em mim”. Justamente porque a cada dia vamos colhendo pétalas aqui e acolá no jardim da vida. Cruzamos por diferentes pessoas. Algumas nunca mais veremos e jamais saberemos como se chamam. Outras permanecem em nossa rotina, que sabemos até os seus gostos e desgostos. Algumas pessoas são tão especiais que a gente até agradece por ela existir. Outras passam apenas como coadjuvantes em nossa trajetória (e com certeza são protagonistas em outras).
Quando conhecemos uma pessoa e descobrimos que ela tem ligação ou até mesmo conhece alguém em comum, já lançamos: “nossa, que mundo pequeno”. Confio no absoluto comando de Deus, portanto acredito que não existe acaso nem coincidência. Creio que sempre tem um propósito para os encontros. Alguns nos comprovam que ainda existem pessoas boas no mundo. Outros nos ensinam o que fazer - e outros ainda nos mostram o que não fazer. Com cada um nós aprendemos uma lição. Até quem vai embora sem dar satisfações nos faz colocar em prática a superação e a resiliência.
Ao ler um dos trechos de um livro que está em minha lista de leitura, o “Tudo é rio”, tive a certeza que eu precisava: “existe um certo milagre nos encontros”. Não só falando em amor, mas em nosso contato com as pessoas. Enquanto pessoas se conhecem morando muito longe uma da outra, não fazem ideia da existência da outra que mora um quarteirão pra lá - ou até mesmo a que pegou o mesmo ônibus que o seu. Não é acaso.
Já que são tão especiais esses encontros, que saibamos aproveitar cada um deles e tirar nossos próprios aprendizados. Que cada pessoa que passar por nossa vida deixe um pouco de si e leve um pouco da gente. Essa é uma das formas mais lindas de se tornar imortal. Que possamos ter o objetivo de encontrar o que cada uma delas pode nos ensinar, qual o propósito de termos se “esbarrado” por aqui. Lembre-se: estamos aqui de passagem, mas não viemos a passeio.
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