Uma psiquiatra renomada participou recentemente de um podcast e foi questionada sobre o que adoece as pessoas. Ela resumiu o diagnóstico em uma palavra: comparação. Grande parte das pessoas se compara, utiliza o outro como ponto de referência e, consequentemente, vive em função da vida alheia. Segundo ela, na hora que nos comparamos ao outro, nós já saímos do nosso caminho. É a mais pura verdade.
Quando focamos no que o outro é e no que o outro tem, perdemos a nossa rota. A vida não é uma receita de bolo, em que você copia os ingredientes e o modo de preparo do outro e terá o mesmo resultado. Sairá do forno uma vida bem abatumada e sem graça. Justamente porque não vai ter aquele toque só seu, aquele tempero especial e único que só você pode dar. É como se pegássemos o endereço do outro, colocássemos no GPS e quiséssemos chegar ao nosso destino.
Comparar-se é declarar que preferimos distorcer a nossa própria imagem no espelho do que buscar descobrir quem realmente somos e o que viemos fazer aqui. Trocamos o nosso propósito pelo objetivo de ser igual (ou melhor) que o outro. Esquecemos que não existe apenas um caminho. Cada um de nós tem uma estrada diferente para trilhar. Até porque a nossa trajetória é a nossa história e precisamos ser protagonistas dela.
E assim como possuímos percursos distintos, também temos o nosso próprio tempo. Somos como as frutas e não amadurecemos todos na mesma estação. Não tem problema nenhum se outras pessoas da nossa idade já conquistaram alguns sonhos. No tempo certo, tudo flui. No nosso ritmo, as coisas vão se encaixando. Não existe a hora certa, só a nossa hora. Quando a gente finalmente entende isso, nos tratamos com mais carinho e vivemos com mais leveza. Não importa a velocidade que a gente vai, mas sim a direção que seguimos. Que a gente não se afobe, mas também não desista. Que a gente não tenha pressa, mas tenha rumo.
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