Em uma entrevista, uma psicóloga lembrou de uma citação do Rubem Alves sobre os sonhos (que é também confundida como autoria do Dostoiévski). O autor afirma que nós sonhamos o voo, mas tememos as alturas. Justamente porque não queremos viver sem certezas. Aí trocamos o vazio do voo, com a ausência de certezas, por gaiolas, que nos deixam na nossa zona de conforto. Sonhamos tanto em voar, mas temos medo do vazio da liberdade, e optamos pela certeza da gaiola. Esquecemos que, muitas vezes, os passos mais firmes são dados com as pernas tremendo.
O que somos nós sem sonhos? Apenas máquinas de trabalhar. Meros pagadores de boletos. Escravos do tempo. Sem sonhos a vida perde o brilho. O céu perde as estrelas. O arco-íris fica preto e branco. As flores perdem a sua fragrância. E precisamos cuidar porque tem um ladrão que gosta de roubar os nossos sonhos. O seu nome é medo. Ou pelo menos, ele nos faz desistir de sonhar e escolher por trancafiá-los em gaiolas. Sufocá-los. Eu diria que o mundo não é dos espertos. O mundo é de quem se arrisca a correr atrás dos seus sonhos. Sem certezas. Sem garantias. Mas com a liberdade de poder alçar voos mais altos e viver experiências novas.
Assim como as plantinhas, precisamos regar os nossos sonhos todos os dias. Os sonhos devem ser combustíveis que nos impulsionam a viver intensamente. São janelas para entrar uma brisa leve e renovar a nossa alma. São portas para novas oportunidades. São asas para nos deixar voar livres. São a esperança num amanhã melhor. São a luz em meio à escuridão. Sonhos não devem ser apenas sonhos. Eles nos dão o poder de fazer o impossível se tornar possível. Já que nessa vida não temos certeza de nada, bora sonhar, galera. Há grande chance de que eles se tornem realidade.
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