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Achados e perdidos

  • Foto do escritor: Gustavo Tamagno Martins
    Gustavo Tamagno Martins
  • 22 de dez. de 2023
  • 2 min de leitura


Foi dada a largada à temporada que se faz um balanço do ano que está findando e se organiza toda a bugiganga acumulada nesse período. Também é a época oficial da faxina geral da casa e de reciclar o que está só ocupando espaço. O momento ideal para analisarmos cada promessa que fizemos e definir novas metas para o próximo ano. E precisamos estar preparados porque nunca sai conforme planejamos. Sempre surge uma pedra no meio do caminho e nos faz rever nossas prioridades. Alguns sonhos são adiados, outros são realizados sem nem mesmo estar na nossa lista a curto prazo. Algumas pessoas decidem ir embora das nossas vidas e outras, surpreendentemente, surgem para nos acompanhar no percurso.


Posso afirmar que esse ano foi o que mais sofri e me desafiei (e fui desafiado pela vida), mas também foi o ano que mais aprendi e realizei coisas diferentes. Peguei covid depois que a pandemia já estava por finalizada, fui clonado, furtado, hackeado e fora tantos outros causos cômicos que renderia um livro (de humor, óbvio). Em um dos últimos episódios desastrosos que me ocorreu, depois de eu e minha irmã sairmos ilesos da exposição imersiva que desabou na cidade, enquanto ela chorava com o susto, eu dava risada. Não lembro disso, mas talvez foi a forma que meu corpo encontrou para reagir ao pânico, por mais que já estivesse acostumado com as pancadas. Depois de uma semana do susto, brinco com ela que foi uma tarde inesquecível, literalmente. Seria lindo se não fosse trágico, esse é o resumo do ano.


Nesse final de ano recorri aos meus achados e perdidos aqui dentro do peito. Estou vasculhando as gavetas internas e dando uma organizada no resultado dessa aventura. Não estranhem se eu estiver “fechado para balanço”. No meio dos escombros dos desastres e das medalhas das conquistas, eu refleti sobre o que poderia fazer com o que sobrou de mim. Bom, só me resta me moldar como o “eu de hoje”, que sabe mais que o Gustavo de ontem e bem menos do que o Gustavo de amanhã. As fases difíceis nos lapidam para versões muito melhores. E com isso, passei a dar mais valor para o quanto já caminhei do que apenas enxergar o tanto que ainda falta. A nossa trajetória é única.


Quero entrar no novo ano sem bagagens desnecessárias. Quero levar comigo só o que for leve e essencial. Para 2024 vou seguir um ditado que li por aí: “cuide dos seus achados e esqueça os seus perdidos”. Aos poucos tudo se encaixa. Com perrengues tediosos e conquistas emocionantes. Tudo faz parte. O que partiu não nos pertence mais. Talvez o que foi perdido seja encontrado por alguém que precise, mas também não nos diz mais a respeito. Entre achados e perdidos, tudo nos ajuda na construção de quem nos tornamos com o tempo, e o que for para ser nosso sempre chega até nós, uma hora ou outra.

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